Projetada por Niemeyer em 1951 para sua moradia e da família, é considerada um dos mais significativos exemplares da arquitetura moderna brasileira, sendo notoriamente reconhecida, por especialistas de história e crítica da arte (Stamo Papadaki, Nova York, 1956 e Yves Bruand, São Paulo, 1981), como síntese apuradíssima e premonitória - ao iniciar-se a Segunda metade do século - da arquitetura moderna de livre criação autoral que floresceu na Europa e nas Américas, justamente a partir de então.
"De Pampulha a Brasília eu segui o mesmo caminho, preocupado com a forma nova, com a invenção arquitetural. Fazer um projeto que não representasse nada de novo, uma repetição do que já existia, não me interessa. E nesse sentido, até Brasília eu caminhei. Mas senti que tinha que explicar as coisas, às vezes não era compreendido, que havia mesmo uma tendência a contestar essa liberdade de formas que eu prometia".
A construção de Brasília foi controversa, os preceitos do urbanismo modernista, antes mesmo do ínicio de sua construção, já sofriam críticas devido à sua escala monumental e à prioridade dada ao automóvel.

Congresso Nacional
"Quando Juscelino Kubitschek me procurou, na minha Casa das Canoas, pedindo que eu ajudasse a ele na construção da nova capital, eu fiquei entusiasmado, era uma obra que me interessava e ia ajudar a um amigo que acompanhava a muito tempo. Eu já não tinha preocupação em dar explicação a ninguém, já me sentia a vontade para fazer o que bem entendia."
Memorial JKA pedido do presidente, Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Morais (ícones importantes da bossa nova) compuseram Brasília, Sinfonia da Alvorada em 1958. De forma apaixonada e poética, a Sinfonia descreve em cinco atos toda a saga da construção da nova capital. Na capa do Long Play, que recebe o mesmo nome da sinfonia, gravada nos estúdios Colúmbia do Rio de Janeiro, Vinícius escreveu um texto onde fala de sua satisfação em fazer parte de algo tão grandioso como a construção da nova capital, da sua amizade com o presidente Juscelino e com Oscar Niemayer. O mesmo revelou uma demonstração clara de apoio, como também do sentimento de confiança do qual estavam contagiados os “novos” brasileiros. Ao final do texto, em agradecimento, em seu nome e de Tom Jobim, Vinícius declara:
“(...) sem embargo de uma constante vigilância crítica, nos foi sempre do maior estímulo nesse empreendimento em que esses dois sentimentos são determinantes: amor pela obra e confiança no futuro de Brasília e do Brasil”.




























